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Você já teve problemas com a escrita no ambiente profissional?

Relatórios, atas de reunião, e-mails, mensagens WhatsApp. O registro de informações escritas pode prejudicar o desempenho do trabalho quando gera mal-entendidos, retrabalho e outros prejuízos mais ou menos graves.

Escrever uma mensagem dá mais trabalho do que verbalizá-las já que precisamos estar atentos não só à grafia das palavras, como à clareza e objetividade das informações de forma a prender a atenção do leitor, e comunicar o que queremos sem deixar dúvidas.

Por isso, muitas pessoas se sentem inseguras quando se trata de fazer provas com redação e produzir textos acadêmicos ou profissionais. Mas, apesar do desconforto que a escrita pode trazer, ela impacta fortemente na comunicação em geral, é uma habilidade necessária.

Conheci profissionais brilhantes que, diante da tarefa de produzir um relatório ou qualquer texto profissional, não conseguiam evitar problemas com seus superiores ou subordinados pela dificuldade em organizar ideias registrando-as de forma muito diferente da realidade.

E ainda tem os frequentes erros de digitação que muitas vezes preferimos ignorar por estarmos diante de outros tantos erros de ortografia. Tudo isso reunido num mesmo texto prejudica sua credibilidade, ainda que o autor seja altamente competente no cargo que ocupa.

Você deve estar pensando “agora vem o conselho para ler mais”.

Exato! E como essa é uma dica incansavelmente repetida por razões óbvias, passemos para outras:

Organize as ideias

Antes de começar a escrever, pense em tudo que tem em mente: o que não pode deixar de colocar no texto, aquilo que servirá apenas de apoio, ou seja, é importante, mas não precisa muito espaço, e o que é irrelevante para quem vai ler, por isso, deve ser desconsiderado.

Nada de pressa

Se a chance de cometer erros fazendo qualquer coisa apressadamente é imensa, não é diferente quando escrevemos.

Use e abuse de dicionários e recursos de revisão

Programas de edição de texto não são capazes de identificar todos os erros, mas ajudam a reduzi-los. Além disso, os dicionários trazem sinônimos, o que é mais que útil, por exemplo, quando não queremos que um trecho do texto cause dúvida ou produza uma sonoridade desagradável por causa da escolha das palavras.

Considere quem vai ler

Coloque-se no lugar de quem está lendo o que você escreveu, tente imaginar o que o receptor sabe sobre o tema e tudo o mais que envolve receber a mensagem.

Atenção para a linguagem dos e-mails

E-mails costumam ter comunicação mais simples, o que não quer dizer informal. É preciso considerar o perfil da empresa que você está representando e o daquela que está recebendo o e-mail. Indicado ter uma assinatura padrão e usar formas de tratamento adequadas, evitando diminutivos, assim como caixa alta e exclamações. 

Releia o que escreveu antes de enviar

E, sempre que possível ou dependendo da complexidade da mensagem, peça a outra pessoa que leia para ter certeza de que eliminou pequenos erros e de que seu texto está cumprindo o objetivo de comunicar sem riscos (ou grandes riscos) de mal-entendidos.

Comunicação nas mídias sociais

Paraessas, é preciso não apenas conhecer técnicas de redação, mas também ter noções de marketing de conteúdo, storytelling, tamanhos e formatos de textos para feeds, sites, blogs. Acha-se um número sem fim de tutoriais explicando como comunicar-se bem nas redes e eles ajudam bastante. Não é minha pretensão falar muito desse tipo de comunicação, uma vez que, pessoalmente, preferi contratar apoio profissional para isso.

Seguir todas essas e quantas dicas mais você puder para escrever bem, reduzem consideravelmente a chance de erros. Mas não garantem que você sempre será compreendido e não passará por problemas de interpretação das mensagens que produzir. A razão é simples: aquele que escreve e o que lê, têm a humanidade em comum. Logo, são suscetíveis a falhas.

A prática da leitura e escrita leva essa última a melhorar mais e mais.

E, embora a maioria de nós não seja escritor, vale lembrar o que disse Jorge Amado:

“O escritor é um aprendiz do seu ofício até que deixe de escrever”.

Jucélia Zardini

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Remédio para coice

Numa conversa de hoje com um tema que, volta e meia, vem às prosas com amigos, lembrei-me de uma colega, a Luiza, com quem trabalhei há décadas, e sua frase “fazer bem pra burro é coice!”. 
Essa nunca me saiu da cabeça; me foi útil quando pintava a decepção com pessoas às quais me dediquei ou pensei ter me dedicado. Porém, levou bastante tempo para que eu entendesse totalmente o que ela queria dizer.  Assim como num texto que li certa vez, a Luiza estava me ensinando que há almas que preferem o escuro, e teimar demais em puxar-lhes pela mão é correr o risco de perder a hora da partida e, com elas, ficar na penumbra.

Eu iniciava o entendimento de algo muito importante:  respeitar o tempo e a vontade do outro, não importando se me parecesse que ele fazia a compra parcelada de dor, embalada a vácuo. Essa descoberta não mudou o que penso sobre solidariedade e fico feliz em poder passar esse valor a meus filhos.

Penso que, se podemos fazer algo bom por alguém, façamos, ainda que seja escutá-lo apenas (se é que “apenas” cabe depois de escutar, tarefa tão complicada em nossos tempos). Um auxílio que parece simples para nós pode ser muito importante para outra pessoa. Sempre faço as mesmas perguntas a quem prefere usar o “coice de burro” como pretexto para não ser solidário e já tive muitas respostas, mas nenhuma ainda me convenceu a parar de perguntar.

A quem não crê numa força superior criadora do universo, e considerando a maravilha que é esse universo, não parece estranho que estejamos aqui apenas para cuidar de nós mesmos e aguardar o fim da existência? 

E, considerando a existência dessa força (chamemos de Deus ou como quisermos), não seria esquisito que Ele fizesse o homem apenas para cuidar de seu próprio umbigo ou, no máximo, ajudar o próximo com o que lhe sobra, sem prejuízo de sua humana agenda, finanças, de um esforço de qualquer natureza ou, ainda, para deixar sorridente a própria vaidade?  Deus, tendo feito projeto assim, seria bem ruim de estratégia, não sacaria muito da relação custo- benefício.

Não sou religiosa, nem uma grande estudiosa seja lá do que for, mas não é preciso ser para entender que eu sou aquilo que eu como, acredito e faço. E nem é preciso ir longe para contribuirmos com nossa atenção e respeito, para sermos úteis.

Aqueles que estão mais próximos de nós são o melhor e mais importante público para se praticar a solidariedade, um santo remédio para dor de coices antigos.

Então, que tal um bocadinho desse bálsamo agora mesmo?

Jucélia Zardini